Por Roberto Dariva – CEO Navita

Diversos são os estilos de liderança, mas hoje, nesse artigo, não os abordarei. Independente do seu estilo de liderança, é importante provocar o seu time, porque uma das principais funções do líder é extrair o máximo do seu time, mas, para isso, é preciso fazer bem feito e o risco é consideravelmente alto.

Muitas equipes são de baixa produtividade porque não possuem os desafios adequados ou porque seus projetos não são desafiadores. Muitas vezes um mesmo projeto pode ser apresentado de duas formas distintas: uma pode ser extremamente “cansativa” e outra “interessante”. Isso tudo depende do líder e como ele apresenta tais projetos / desafios.

Temos implementado vários projetos com metas e indicadores bem claros na Navita, nós chamamos esses de projetos estruturantes, que são as MCIs ou Metas Crucialmente Importantes, baseados na metodologia das 4 disciplinas da execução, da Franklin Covey. E o que mais tem me chamado a atenção é o resultado gerado pelas equipes, de todos os níveis hierárquicos. É comum eu ouvir de um líder algo como “olha, eu pensei que essa pessoa não conseguiria entregar, mas, pelo contrário, tem me impressionado e a cada dia que passa, sinto-me mais à vontade para lhe entregar desafios maiores”. Em outras palavras, o líder quis dizer “Eu nunca provoquei essa pessoa, mas não tive escolha senão provocá-la, e me impressionei!”.

Alguns profissionais mais jovens, chamados de “millennials”, são impacientes e querem crescer rápido, mas sem serem desafiados. Usam o discurso: “não quero competição, quero trabalhar em equipe”. Mas trabalhar em equipe não significa “não entregamos o que nos comprometemos, mas não existe culpado porque o time todo se esforçou ao máximo, mas, infelizmente, não conseguimos entregar”. Em outras palavras, os Millennials não querem ser provocados. A maioria deles é talentosa e conseguiria ir muito além, se fossem provocados corretamente.

Mas o que significa provocar? Provocar um profissional é combinar um desempenho levemente acima do que ele e você acreditam que conseguiria entregar, fornecendo os recursos necessários, o apoio do líder ou de algum outro membro sênior da equipe, com acompanhamento e quebrando o projeto em algumas partes que permitam as pequenas vitórias, ao longo do percurso. Projetos longos, sem essas pequenas vitórias, não fornecem a boa sensação de vitórias e na maioria das vezes, fazem com que a equipe se perca no meio do percurso e tenha dificuldades para obter sucesso.

É claro que no meio disso tudo também serão encontrados profissionais que não desempenharão e que serão derrotados por fatores diversos. É importante entender se essa derrota se deu porque o desafio ou a provocação foi muito além do possível; ou seja, a meta não era possível de ser atingida e a falha aqui é do líder que ofereceu ou aceitou uma meta muito acima do possível; ou se a derrota se deu por falta de capacidade do profissional, que estaria num nível inferior ao resto da equipe ou sem vontade/garra para fazer parte daquele time, e que, nesse caso, seria prejudicial à equipe, podendo gerar o efeito “caranguejo em panela de água fervente”*. Esse profissional deve ser removido da equipe imediatamente.

Na Navita, nós começamos esses projetos como pilotos, para testar, entender e aprender a dimensionar, antes de entregar desafios maiores e oficiais aos times. Também fazemos encontros e sessões de feedbacks após o projeto piloto. Nós atrelamos os resultados desses projetos estruturantes, à uma compensação variável que, no nosso caso, significa ganhar uma maior ou menor participação nos lucros e resultados (PLR) da empresa.

E você, já provocou sua equipe com sucesso ou insucesso? Compartilhe conosco.

* Diz a expressão que se você colocar vários “caranguejos em panela de água fervente”, quando um começar a subir para sair, outro o puxará de volta e seguirão assim até que todos morram cozidos.

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