As empresas que desejam se manter competitivas, mesmo com aumentos do IPCA, tendo orçamentos de TI adequados, precisam superar os desafios de modernização da infraestrutura de tecnologia da informação (TI). Para crescer, o único caminho possível é investir continuamente em ferramentas inovadoras, avançando nas etapas da transformação digital.
Contudo, esses investimentos podem se tornar mais difíceis diante dos altos custos com despesas fixas, incluindo os custos com contratos de telecom. É necessário consideramos, que os reajustes serão feitos anualmente.
Segundo análise da Navita, plataforma de gestão de despesas de TI, 45% dos contratos de TI estão indexados por IPCA, ante 34% em IGP-DI, 13% IGP-M e 8% outros índices.
Ou seja, é inevitável: os diferentes indicadores de mercado impactam no orçamento de TI, podendo limitar a margem de novos investimentos e melhorias.
Contudo, neste artigo, apresentaremos os índices que o gestor de TI deve acompanhar. Uma vez, que eles influenciam o custo total das despesas com os contratos de serviços do setor.
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Índice
O impacto do IPCA no orçamento de TI
Para gerenciar com sucesso os recursos e as finanças do setor de tecnologia, o gestor de TI precisa conhecer os indicadores que impactam no custo das despesas e investimentos da gestão de TI. Na prática, muitas vezes, os líderes se deparam com os gastos excessivos que tendem a comprometer as finanças empresariais. Em contrapartida, a falta de investimentos também não é admissível, uma vez que impede e dificulta o crescimento e o avanço da organização.
Sendo assim, os gestores de TI precisam saber como equilibrar os recursos para despesas e investimentos em novas tecnologias, viabilizando a modernização da infraestrutura e a execução dos projetos de digitalização do negócio.
A seguir, listamos os índices que variam conforme a movimentação do mercado financeiro e, por isso, podem impactar na gestão e no orçamento de TI.
Investimentos em TI: o que esperar para 2022 e qual o impacto dos indicadores financeiros
De acordo com dados do Gartner, os gastos corporativos com TI devem chegar a US$ 4,5 trilhões em 2022. O número indica um crescimento de 5,5% em relação a 2021, que tem projeção para movimentar US$ 4,2 trilhões.
Na visão de John-David Lovelock, vice-presidente de Pesquisa do Gartner, “o que mudou em 2020 e 2021 não foi realmente a tecnologia em si, mas a vontade e o desejo das pessoas em adotá-la e usá-la de maneiras diferentes”. Segundo ele, a expectativa para o próximo ano é que os CIOs se preocupem em “reconfigurar o modo como os processos são feitos, adotando a composição de negócios e as tecnologias que acomodam fluxos de trabalho assíncronos”.
Contudo, sabemos que para dar conta de todos esses desafios, a área de TI precisa criar e manter uma boa infraestrutura. Para tanto, ter uma gestão eficaz, focada no acompanhamento dos indicadores de mercado e nas oscilações da economia, é fundamental.
Isso porque tais índices orientam e definem, de maneira expressiva, a atualização dos custos de serviços de TI. Dessa forma, as decisões relacionadas às aquisições de equipamentos e softwares, por exemplo, são tomadas tendo como base o custo total da operação do setor, considerando a inflação e os ajustes de índices como IPCA, IGPM e IST.
Com essa visão, os gestores podem analisar, por exemplo, se esse é, de fato, o melhor momento para dar continuidade aos projetos que requerem investimentos altos, como compra de hardware.
As empresas que constroem um planejamento de TI sólido e completo, acompanhando as variáveis de mercado, como índice IPCA e IGPM, conseguem realizar investimentos bem direcionados. Com essa abordagem, elas se tornam menos vulneráveis a problemas pontuais que poderiam impactar o setor financeiro de forma negativa.
Na prática, quando o gestor de TI analisa o cenário econômico, a inflação e os indicadores de mercado, ele tem condições de planejar os investimentos de maneira detalhada e consistente. Assim, ele garante para a empresa ganho de capacidade produtiva, aumento na lucratividade e conquista de diferenciais competitivos relevantes no mercado.
O que é o IPCA e qual seu impacto
É importante o conceito de IPCA ser compreendido que, aliás é mais simples do que parece, para ter melhor entendimento em como o índice irá impactar nos orçamentos de TI.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o principal indicador que proporciona a medição da taxa de inflação (ou deflação) dos produtos e serviços consumidos no País.
Em outras palavras, o IPCA é o índice oficial da variação de preços do varejo relacionados aos produtos consumidos pelas famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Esse grupo representa cerca de 90% dos consumidores brasileiros que vivem em áreas urbanas no Brasil.
O cálculo do IPCA é feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1979, tomando como base a variação de preço de um conjunto de mais de 400 produtos e serviços.
Para compor o IPCA, o IBGE pesquisa várias categorias de produtos:
- Alimentação;
- Habitação;
- Vestuário;
- Transportes;
- Despesas pessoais;
- Educação;
- Comunicação;
- Entre outras.
Para fins de cálculo do IPCA, o IBGE coleta os preços dos itens consumidos mensalmente, levando em conta o peso de cada categoria no orçamento das famílias brasileiras. Com esse acompanhamento, é possível entender se os preços aumentaram, gerando uma taxa de inflação, ou diminuíram, resultando em deflação.
Afinal, como anda o índice IPCA?
Em uma das análises mais recentes, o Ministério da Economia revisou para cima sua projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021.
Segundo a nova grade de parâmetros macroeconômicos do órgão, a estimativa para a alta de preços neste ano saltou de 7,90% para 9,70%. Já para 2022, a projeção avançou da casa de 3,75% para 4,70%.
De olho no futuro, a Secretaria de Política Econômica (SPE) apresentou, inclusive, uma avaliação prévia para os anos seguintes. Para 2023, a meta do IPCA é 3,25% e 3,0% de 2024 em diante.
Os dados do relatório Focus de Dezembro apresentam uma estimativa de acúmulo de alta do IPCA de 1o,02% em 2021 e de 4,79% em 2022.
Vale destacar que todas as projeções para o índice IPCA, a métrica oficial da inflação, em 2021 estão bem acima do centro da meta inicial que era de 3,75%. Considerando a margem de tolerância de 1,5%, o índice deveria fechar entre 2,25% a 5,25%). Já para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5%. Ou seja, o IPCA pode variar entre 2,00% a 5,00%.
Orçamento de TI: a importância do IST
Instituído pela Resolução nº 420/2005, revisada em 2009, o Índice de Serviços de Telecomunicações (IST) é formado por uma combinação de outros índices econômicos da economia brasileira. Na prática, esse é o indicador que permite a atualização dos valores referentes à prestação dos serviços de telecomunicações.
São índices que compõem o cálculo do IST:
- IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo;
- Subgrupo Energia Elétrica – IPCA;
- IPCA – Subgrupo Correios;
- INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor;
- SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil;
- IGP-DI – Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna;
- IPA-OG – Máquinas e Equipamentos;
- IGP-M – Índice Geral de Preços;
- IPA-OG – Artigos de Borracha e de Material Plástico.
Desde 2006, o Índice de Serviços de Telecomunicações (IST) orienta o reajuste dos contratos de serviços telecom, uma vez que permite medir a inflação do setor no país.
Assim, o IST é um importante balizador que orienta a atualização dos valores associados à prestação dos serviços de telecomunicações, bem como é usado para estabelecer as cláusulas dos contratos firmados entre operadoras de telecomunicações e entes públicos e privados.
Os valores do IST são divulgados pela Anatel, que indica a data de referência dos valores (mês e ano), a variação percentual mensal e a variação percentual acumulada.
Portanto, é importante acompanhar a evolução dos valores do IST no site do órgão. Somente assim é possível ter uma noção de como o índice irá impactar os ajustes no valor dos serviços de telecomunicações e o orçamento de TI.
IGP-DI
Concebido no final dos anos de 1940, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) mede e indica a alta de preços de diversos itens, desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços ao consumidor final.
Calculado pela Fundação Getúlio Vargas, a divulgação do indicador ocorre sempre no 1º decêndio do mês seguinte ao da coleta dos dados.
Em novembro, o IGP-DI caiu 0,58%, percentual inferior ao apurado em outubro, quando subiu 1,60%. Dessa forma, o indicador acumula alta de 16,28% 2021 e de 17,16% em 12 meses.
No site da FGV, é possível acompanhar a evolução do IGP-DI mês a mês. Atualmente, o indicador macroeconômico registra as atividades comerciais e atua como deflator, ou seja, um índice de correção para retomar o valor real do produto ou serviço.
IGP-M
Semelhante ao IGP-DI, o Índice Geral de Preços (IGP-M) é um indicador importante e muito utilizado pelo setor financeiro brasileiro.
Basicamente, o índice é orientado pela inflação (aumento de preços), sendo formado pela ponderação de três outros índices de preços, cada um com um peso diferente no cálculo do IGPM – 60%, 30% e 10%, respectivamente. São eles:
- Lista de Preços por Atacado – IPA;
- Índice de Preços ao Consumidor – IPC;
- Lista Nacional de Custo de Construção – INCC.
Em síntese, o IGP-M mede a variação dos preços, indicando se há inflação ou deflação.
Na prática, o índice oscila mais e tende a registrar movimentos de alta e de baixa mais rápido que o IPCA. A lógica do IGP-M é simples: se o indicador cresce, significa que o dinheiro vale menos. Caso calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No site da FGV, é possível consultar o IGP-M atualizado. Para 2022, a tendência é que IGP-M desacelere nos próximos 12 meses.
Ao longo de 2021, o IGP-M acumulou 17,89%. A expectativa é que a partir de maio do próximo ano, o índice pode cair para cerca de 10%, uma redução de 44,1% do ritmo de alta.
A princípio, é impossível pensar na gestão de TI e na otimização de recursos sem levar em conta a inflação e os indicadores de mercado.
Não saber ou não realizar o acompanhamento de tais números – seja na aquisição de hardware, seja nas renovações de contrato – pode afetar diretamente o planejamento da empresa, gerando um grande rombo no orçamento de TI previsto.
Quando a companhia deixa de gerenciar de maneira adequada os contratos de telecom e os detalhes de cada serviço, a mesma está fadada a ter os seguintes problemas:
- Serviços interrompidos por ajustes inesperados: inclusive, com a alta da inflação, todos os índices podem gerar novos ajustes;
- Perda de poder de negociação: se o gestor deixa de se atentar a possíveis altas de preços em contratos nas regras de negociação, ele corre o risco de não conseguir barganhar e negociar valores de contrato.
Definitivamente, você não pode deixar de acompanhar esses indicadores que geram tantos impactos na gestão do orçamento de TI. É uma tarefa para uma empresa especialista no assunto, pois fazer esse monitoramento por si só, é complicado.
Com os altos índices de inflação, sabendo dos possíveis ajustes de diferentes indicadores, você pode investir em uma solução, como a Navita ITEM. Dessa forma, será possível a companhia ter alguns beneficios, como:
- Antever negociações, possibilitando maior prazo de acertos com o fornecedor do serviço;
- Simular impactos no orçamento planejado, como o impacto do IPCA;
- Obter alerta de contratos perto do vencimento;
- Ter visibilidade de todos os contratos em um único local.
A gestão de telecom com o suporte da Navita pode ser muito mais simples, prática e organizada, evitando prejuízos financeiros e dores de cabeça com contratos. Quer saber como garantir redução de custos na sua empresa? Confira nosso artigo sobre o tema!