Cada vez mais frequentes e mais sofisticados, os crimes cibernéticos têm causado prejuízos financeiros enormes às empresas.
De acordo com um estudo feito pela consultoria alemã Roland Berger, as perdas este ano podem chegar a US$ 6 trilhões, valor que corresponde ao triplo do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil.
E esse número só tende a aumentar, principalmente por aqui. Isso porque o nosso país é um dos grandes alvos dos cibercriminosos. O mesmo levantamento aponta que apenas no primeiro semestre de 2021, o volume de ataques referente ao ano passado inteiro já foram ultrapassados.
Foram 9,1 milhão de ocorrências registradas até julho. Isso, considerando apenas os ataques de ransomware.
E neste cenário de medo e vulnerabilidade, os smartphones corporativos não estão à salvo.
Índice
A importância da segurança para celular
Devido à pandemia, as empresas tiveram de melhorar ou até mesmo criar uma gestão da mobilidade para que o home office contasse com o mesmo nível de segurança das empresas.
E, apesar de, o uso de aparelhos móveis parecer, em um primeiro momento, uma tendência passageira, na verdade, ela veio para ficar.
É o que revela uma previsão da IDC, que afirma que, até 2024, 60% dos funcionários das empresas utilizarão dispositivos corporativos. O relatório também aponta que 46% das organizações entrevistadas já sofreram alguma ameaça cibernética por conta do mau uso de aplicativos ou downloads.
O que revela um cenário preocupante, pois a segurança para celular corporativo nem sempre é tida como um fator importante ou relevante para a empresa, o que pode tornar os dispositivos ainda mais vulneráveis e suscetíveis do que já são.
Até porque, há várias ameaças que podem comprometer a segurança dos aparelhos móveis.
Principais riscos para a segurança do celular corporativo
A gestão da mobilidade corporativa precisa ir muito além do que apenas conscientizar os funcionários sobre como proteger o celular. As ameaças de hoje são muito sofisticadas. Confira as principais a seguir:
Vírus
O vírus é um software malicioso capaz de se propagar pelo sistema do celular corporativo e, dessa forma, roubar senhas, dados e outras informações que estejam armazenadas.
Existem diferentes tipos de vírus e cada um age de uma forma. No entanto, os dois que vêm sendo mais utilizados em ataques hackers atualmente são o malware e o ransomware.
O malware, de uma forma geral colhe os dados das vítimas e os envia para o invasor. Basta que o usuário conceda uma permissão a um aplicativo malicioso disfarçado ou por meio do link acessado.
Já o ransomware, a principal ameaça virtual nos dias de hoje, trata-se de um vírus que sequestra ou bloqueia o acesso da vítima às informações armazenadas em um dispositivo e exige um resgaste, que geralmente refere-se a uma quantia de dinheiro em criptomoedas.
Um dos principais meios de disseminação do ransomware é através de emails.
Vazamento de dados
Uma das principais preocupações na segurança para celular corporativo é devido a quantidade e importância das informações contidas nos aparelhos.
Isso porque, existe uma infinidade de golpes, formas de descuido e softwares maliciosos que podem levar ao vazamento desses dados.
Uma vez na mão de cibercriminosos, eles podem comercializar essas informações, aplicar golpes ou realizar chantagens com a empresa.
Espionagem
Um outro fator pelo qual a gestão de mobilidade deve se preocupar em como proteger o celular é por conta do risco à confidencialidade que esses aparelhos trazem.
Isso porque, muitas empresas trabalham com objetos sigilosos e que não podem, de forma alguma cair nas mãos de concorrentes ou serem expostos na internet.
Caso isso ocorra, o prejuízo financeiro e estratégico da instituição é imensurável.
Manutenção
Caso o aparelho apresente defeitos ou mau funcionamento, é necessário levá-lo ao conserto. No entanto, se a empresa não se preocupou em fornecer segurança para o celular, há o risco do dispositivo ser clonado, espionado, invadido e dos dados armazenados serem vazados.
E apesar das consequências mencionadas neste tópico já parecerem bem agravantes, ainda há outras.
As consequências da falta de segurança do celular corporativo
A falta de uma gestão da mobilidade corporativa, que cuida especificamente da segurança para celular corporativo, pode gerar muitas consequências a instituição.
Uma delas é o risco de penalização pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) em decorrência dos eventuais vazamentos.
Nesse sentido, a lei prevê multas que podem ser diárias ou ir de 2% do faturamento até o valor de R$50 milhões por infração. Isso, sem contar com a chance de ocorrer uma suspensão de funcionamento ou ainda, a proibição total ou parcial de funções e atividades que estejam relacionadas com o tratamento de dados.
Além disso, caso o dispositivo esteja conectado na rede privada da empresa, o desempenho dos computadores também interligados podem ser comprometidos, assim como todos os dados e informações armazenados.
Outras consequências são:
- Interrompimento do fluxo de trabalho;
- Perda da produtividade no uso de aparelhos suspeitos ou não autorizados;
- Maior despesa com a manutenção de celulares corporativos, sistemas, rede e outros equipamentos;
- Perda e roubo, que podem levar ao vazamento ou sequestro de dados, como já foi mencionado.
Por isso, implementar uma gestão da mobilidade que cuide da segurança para celular corporativo é fundamental para todas as empresas que tenham como objetivo expandir os negócios.
Principalmente, em um cenário em que os dispositivos móveis são um dos principais alvos dos cibercriminosos. É o que mostra o Panorama de Ameaças 2021 da Kaspersky. O levantamento, que levou em conta apenas os 20 malwares mais populares, indicou que nos 8 primeiros meses de 2021 houveram 481 milhões de tentativas de infecção, sendo que mais de 170 mil foram contra plataformas móveis.
E na América Latina, o Brasil lidera o ranking de países que sofreram mais ataques com 1395 tentativas de infecção por minuto.
Outro fato relevante que o estudo apontou é que os ataques de phishing (mensagens fraudulentas) estão diminuindo globalmente, com exceção da América Latina. Por aqui, o Brasil aparece na primeira colocação com 15,4% dos internautas registrando tentativas.
O Panorama ainda mostra que, em média, 1 tentativa de ataque a sistemas industriais é bloqueada por hora na América Latina e mais de 11 mil ataques contra estações de trabalho Windows também por hora.
Entre as ameaças mais comuns estão golpes financeiros que roubam o dinheiro das companhias, programas de espionagem e ferramentas de administração remota.
Esse estudo mostra que, mesmo apesar da pandemia solicitar uma atenção maior com a segurança dos dispositivos móveis, as empresas ou não investiram o suficiente ou não fizeram da forma adequada.
Quer saber como proteger o celular corporativo? Confira o artigo Segurança móvel: como proteger o celular corporativo.